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Nas trilhas de Dona Almerinda

Nas trilhas de Dona Almerinda

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Rumi Kubo

Este trabalho remete a uma obra, inicialmente apresentada em 2000, como um trabalho de conclusão de curso de graduação em Artes Visuais, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, intitulada “Dona Almerinda: trajetória de uma desconstrução”, sob a orientação de Élida Tessler, em que a interlocutora de todo o trabalho de pesquisa foi uma anciã, já falecida, da etnia Kaingang, a época moradora de um bairro periférico e próximo a um morro com mata de Porto Alegre, RS.

A obra era uma instalação, com uso de fotografias e objetos, como caixas de fósforo e caixas de tomate, em que toda a narrativa foi pautada pelo convívio e registro de conversas com Dona Almerinda. Daqueles encontros, perdura até hoje uma interação com a família de seu filho. A principal referência para o desenvolvimento da obra é Gaston Bachelard e seus escritos do regime noturno, refletindo sobre o espaço, a ação e a relação com a materialidade, o devaneio. Além deste, também as obras do artista Cildo Meireles e a vertente de artistas que trabalham com arte e cotidiano (inaugurada, no contexto da história da arte, por Marcel Duchamp) foram determinantes na proposição da obra.

Ao narrar o cotidiano de Dona Almerinda, evoca-se também, além dos aspectos poéticos, a gama de questões que envolvem a condição de sua etnia, no convívio com/em ambiente urbano. A proposta para este GT seria revisitar e narrar a obra e refletir sobre as relações da obra com a etnografia em seus entrecruzamentos e limites; discutir sobre a materialidade (das coisas) na construção de narrativas, em sua artesanalidade e tensões entre o vivido e a vontade de re-presentar este vivido. E inevitavelmente falar de memória a partir da persistência das imagens, as relações que se perpetuam ou se perdem ao longo do tempo e a cidade que se modifica.

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